Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

domingo, 8 de abril de 2012

Convite Abril 2012 - Lançamento de livro


Todo segundo sábado do mês está marcado!
Você tem que fazer este brinde!

Nesta edição Lucília Dowslley acompanhada de Fábio Pereira (músico e cantor) e Arthur Freitas (Contador de Histórias Mirim) apresenta:

Cairo Trindade lançando o livro de poemas Poezya Que Porra é essa?

Poetas Convidados: Sérgio Gramático e Sady Bianchin

Músico convidado: Luis de Moraes

Homanagem: Cazuza

             "Um dia quando você menos esperar
                   eu vou voltar cantando
                       como se nada tivesse acontecido."

Entrada: Meia para todos R$ 5,00




O poeta Cairo Trindade em marcante apresentação no Um Brinde à Poesia, em março 2012.



Lançamento do escritor na Casa de Cultura Laura Alvin, em 2011.







sou este ponto de espanto

no entra-e-sai – no vai-e-vem

metade de mim é quando

a outra metade é quem

parte em mim é desespero
outra parte desencanto
só sei ser múltiplo inteiro
quando eu amo – quando eu canto

tento juntar os pedaços
passos, pessoas passadas
não sei onde estão meus rastros
meu retrato mais exato

entre estes cacos e restos
nem perfil nem biografia
se me perdi nos meus versos
um dia viro poesia 
 

                             Celebração

hoje é sempre melhor 
do que ontem, 
porque hoje é hoje, 
esta coisa mágica, 
única, surpreendente
que se acaba de repente.

hoje é melhor 
do que amanhã, 
porque hoje é hoje 
e estamos vivos 
e plenos de tanto, 
até não se sabe
como e quando.

hoje é sempre 
melhor que sempre, 
porque o hoje foge, 
amanhã é um mistério 
e ontem é só memória, 
história, já era.

hoje é sempre 
o maior presente, 
porque a vida é agora, 
esta hora de som 
e luz e festa, 
e este instante é tudo 
o que nos resta.
 

Cazuza

Cazuza
Foto: Site Oficial
Cazuza é considerado hoje um dos maiores poetas do rock nacional. Rebelde e lírico, sempre foi uma mistura interessante.
Nasceu no Rio de Janeiro no dia 4 de abril de 1958 com o nome de Agenor Miranda de Araújo Neto, mas ficou conhecido nacionalmente por Cazuza. Teve uma certa dificuldade para descobrir que seu negócio era música. Antes de fazer sucesso foi funcionário da Som Livre, fez cursos de fotografias, trabalhou em peças teatrais. E foi exatamente em um espetáculo teatral, "Pára-quedas do coração" que se viu fazendo o que queria: cantar. Em 1981 encontrou-se com as pessoas que viriam a se companheiros de estrada. Conheceu Roberto Frejat, Dé, Maurício Barros e Gutti Goffi (guitarra, baixo, teclados e bateria, respectivamente) que estavam procurando um vocalista para a banda Barão Vermelho que, nesta época, ainda não tinham um
trabalho próprio. Surgia aí a grande Banda Barão vermelho. O caminho foi o tradicional. Tocavam em alguns teatros, fazia o difícil trabalho de divulgação até o produtor Ezequiel Dias ouviu uma fita demo do grupo. Mostrou a Guto Graça Mello, diretor artístico da Som Livre e tiveram que convencer o pai de Cazuza, João Araújo, a lançar o próprio filho. O começo foi humilde. Uma produção barata e um disco gravado as pressas que agradou o classe artística, tanto que Caetano Veloso viria a gravar futuramente "Tudo que houver nessa vida", música que encabeçava este primeiro trabalho.
Neste momento já começava a se delinear o letrista Cazuza. Além de ser um cantor instigante, com sua atitude rebelde, assumidamente bissexual, aparecia o poeta. Um tipo de letras que falava de dores, de sofrimento, de paixões. Recheando ritmos como baladas, rocks juvenis e blues, essas letras causaram intenso impacto. Em 83 foi lançado o segundo disco "Barão Vermelho 2" que não fez assim tanto sucesso. Vendeu mais que o anterior, mas não passou dos 15 mil exemplares vendidos. Mas conseguiu manter a qualidade do repertório e chamou mais atenção para o grupo. A dupla Cazuza/Frejat estava se consolidando, tanto que Ney Matogrosso primeira estrela nacional a gravar uma composição deles, resolveu fazer uma releitura da música "Pro dia nascer feliz". O sucesso viria um pouco mais tarde, com a música "Bete Balanço", encomendada para ser a música-título do filme de Lael Rodrigues, e que foi
gravada em um compacto. A aceitação foi tanta que "Bete Balanço" foi incluída no terceiro disco, "Maior Abandonado" e este vendeu mais de 60 mil cópias.
Em 85 Cazuza decide seguir a carreira solo. Em novembro lança o álbum "Cazuza" que traz parcerias (além de Frejat, que continuou amigo e parceiro) com Ezequiel Neves, Leon e Reinaldo Arias. É uma nova fase para Cazuza. Seus shows são mais elaborados e o público reconhece seu valor. No entanto ele já sabia que estava doente. Um novo exame confirma o vírus da Aids. Em 87 foi para Boston, onde ficou dois meses, e começo o tratamento com AZT. Quando voltou, gravou o disco "Ideologia", onde falava de suas experiências com a perspectiva da morte e ainda tocava em assuntos relacionados a questões sociais do país. No ano seguinte ganha o prêmio SHARP como melhor cantor de pop-rock e de melhor música pop-rock. Estava
madurando a sua carreira. O show "Ideologia", dirigido por Ney Matogrosso viaja por todo o país, vira um programa na Rede Globo e é gravado para ser transformado em um disco, "Cazuza ao vivo, o tempo não pára". Este disco vende mais de 560 mil cópias e é o registro dos maiores sucessos de sua carreira.
Apareceu na capa de uma revista semanal assumindo que estava com Aids. Foi um baque nacional. Era a primeira personalidade pública a assumir que estava doente. Talvez a proximidade com a morte o tenha levado a compor compulsivamente. Em 89 gravou o álbum duplo "Burguesia" que viria a ser seu último registro musical. Morreu no Rio de Janeiro, em 7 de julho de 1990, com 32 anos de idade.









 CAZUZA
                 4 LETRAS

Um dia, quando você menos esperar
Eu vou voltar sorrindo
Como se nada tivesse acontecido
Todo esse tempo de dor
Que eu passei andando por aí
Todo esse tempo que eu tentei gritar
A palavra amor bem alto
Pra ver se me convencia de uma vez
Do significado implícito nessas quatro letras
Esfregando na cara das pessoas
As coisas boas que eu tinha
Mas não conseguia mostrar
Até que o tempo enfim foi me vencendo
Sob o olhar condescendente
Das pessoas que eu mais detestava
É duro reconhecer
Que todo esse sofrimento
Foi em vão
Porque não existe vida quando a gente está triste e só
E ninguém quer saber de quem está por baixo
Não vale a pena sofrer, meu amor
De tudo o que eu passei
Essa foi a única lição
Um dia quando você menos esperar
Eu vou voltar cantando
Como se nada tivesse acontecido.

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