Um Brinde à Poesia Movimento pela paz e liberdade de ser De quinze em quinze dia admiradores e artistas se reúnem, compartilham sentimentos, afeto e arte, além de fazerem um brinde na prática. São fortes emoções! “Um instante para a alma se abrir nos dias de hoje e celebrar a paz”. E tudo começou com um sonho que tive, no dia 10 de maio, dois dias antes do meu aniversário. Fui em busca da realização e no dia 11 de junho de 1999, lancei, ao lado da atriz Carla Soares Faria, a primeira edição e não parei mais. Em junho completará 14 anos. O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de artistas consagrados na literatura e na música - letrista, proporcionar espaço para novos autores e compositores, estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau ou mesmo falaram num microfone em público e promover lançamento de livros ou Cds, sem custo algum para o artista. São duas edições mensais. Em 2013, atravessei a ponte e fixei o encontro, toda quarta quarta-feira do mês, na Livraria do Café, no Shopping da Gávea, das 19 às 21:30. Em Niterói, passará a acontecer. toda segunda quarta-feira do mês, das 18 às 22:00 horas, no MAC Niterói.
Um Brinde à Poesia Nit. Especial "Mulher"
Coordenação e Apresentação: Lucília Dowslley
Músico Residente: Fábio Pereira
Celebrando Centenário: Vinícius de Moraes
Contador de Histórias Mirim: Arthur Freitas
ESPECIAL MULHER
Poetas Convidadas: Márcia Mendes, Maria da Conceição Fernandes, Cristina Lebre,
Regina Vilarinhos, Belvedere Bruno, Denizis Trindade, Marisa Queiroz, Maria do Carmo Bomfim,
Maria Helena Latini, Vânia Lucia, Débora Moreno, Patrícia Porto,
Ianê Mello, Ronalda Teixeira, Lena Moraes, Mariza Sorriso, Wanda Monteiro,
Canja Diversos: Você - Traga um poema ou música e apresente na canja
(inscreva-se na hora, na página de eventos do facebook)
SAUDAÇÕES A TODOS!
Produção Geral: Lucilia Dowslley
Produção Executiva: Cristina Ramos
Assistente de Produção: Teresa Cristina R. Dowsley
Lucília Dowslley
Jornalista, poeta, fotógrafa e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro.
LEIA MATÉRIA NO COMUNIDADE NEWS NY.
ENTREVISTA POR SELMO VASCONCELLOS NA 1ª ANTOLOGIA POÉTICA MOMENTO LÍTERO CULTURAL:http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/2010_05_01_archive.html
ACESSE SITE: http://www.wix.com/luciliadowslley/lucilia
Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento
pela Paz e Liberdade de Ser,
inspirado em sonho. O símbolo do projeto é a foto da estátua de um Anjo
tirada, em 1998,
no Central Park, intitulada Meu Anjo.
Mensalmente a escritora promove saraus, tendo inclusive já se
apresentado no Paraguai,
Nova York e Nova Jersey. Comemorando cinco anos do Movimento
lança seu primeiro livro de pensamento, foto e poesia com o título Um
Brinde à Poesia.
Trabalha nas seguintes atividades:
Fotografia - Jornalismo – Designer Gráfico –
Produção Cultural – Artes – Literatura – Educação - Teatro
Graduação em Jornalismo – Faculdade Hélio Alonso
Oficinas de Teatro e Montagem de Peça Teatral,
com os diretores Françoise Fourton (1997),
Anamaria Nunes (1997/1998),
Marcio Trigo (2003/2004), Marcelo Aquino (2009/2010), entre outros.
PRINCIPAIS FATOS BIOGRÁFICOS (A PARTIR DE 1997)
1997 - Trabalha no Jornal Verbo & Imagem da Fundação de Artes de
Niterói
1997 - Se apresenta pela primeira vez como poeta num evento
literário,
no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, o Happening Lunar, coordenado
por Carlos Mantra.
1997 – Participa, como atriz, da montagem Crônicas Pantagruélicas do
Infâme Rabelais,
de Ana Maria Nunes, no Teatro Municipal de Niterói
e no Teatro Glauce Rocha, interpretando cinco personagens,
onde foi aplaudida em cena aberta várias vezes.
1997/1998 - Trabalha como Fotógrafa da Bloch Editores,
fazendo fotos externas e em estúdio,
um deles o PROJAC da Rede Globo, registrando cenas de novelas.
1998 - Viaja para Nova York pela primeira vez e fotografa O Anjo,
no Central Park, imagem revelada em sonho para ser símbolo do Um Brinde
à Poesia.
1997/1998/1999 - Monta a Cia Teatral Máscaras com jovens entre 17 e 25
anos.
Escreve, dirige e produz Viajando nas Páginas Musical Infantil,
no Museu do Ingá e no SESC Niterói.
1997 - Escreve, dirige, atua e produz Flashes & Folhas projeto
multimídia reunindo poesia,
fotografia, teatro e música, retratando a realidade dos moradores de
rua
contrastando com a harmonia da natureza,
no Plaza Shopping, na Estação Livre Cantareira, em Niterói e no
Espaço La Folie, em Botafogo. Nesta ocasião trabalha
como voluntária do projeto Pró criança, dando aulas de teatro e tirando
meninos das ruas.
1999 - Trabalha com publicidade na Revista Portos e Navios.
10 de maio de 1999 - Sonha com toda a ideia do Um Brinde à
Poesia
e no dia 11 de junho faz o lançamento num sarau homenageando Fernando
Pessoa
e Vinícius de Moraes, reunindo 60 pessoas e
distribui a primeira edição da revistinha literária,
que chegou a ser publicada até o número 65.
1999 a 2002 - Apresentou o Um Brinde à Poesia em bares e
Espaços
Culturais da cidade de Niterói, entre eles: Museu do Ingá,
Clube dos Advogados,
Teatro da UFF
2003/2004 - Apresenta Um Brinde à Poesia mensalmente
na Livraria Ver & Dicto, chegando a ter 80 pessoas reunidas por
noite.
Lançando seu primeiro livro Um Brinde à Poesia,
fotos pensamentos e poesia, numa edição independente
com tiragem de mil exemplares.
2005 - Viaja para Nova York e fica lá durante seis meses.
Recebendo o convite para relançar o livro na sede da Seicho-no-ie,
em Nova York e em Nova Jersey. Recebe o incentivo do diretor da
UBNY
(União Brasileira de Escritores de NY) e dos jornais
Comunidade News, Brazilian Voice e Brazilian Press.
2006/2007 - Inaugurou e dirigiu o Ateliê do Poeta, em Itaipu,
Niterói, participando da Rota das Artes e
promovendo workshops, palestras, espetáculos e exposições.
1999/2011 - Criação, produção e apresentação do evento cultural
Um Brinde à Poesia, com edições nos principais espaços culturais
da cidade de Niterói, com passagem em Nova Jersey, Nova York e
Paraguai,
2000/2012 - Aulas de Informática, Teatro e Criação de
Textos para crianças (3/10 anos) e Clube de Leitura no
Jardim Escola Sementinha Iluminada e CIEP Várzea das Moças.
1999/2011 - Oficina de Criação e Interpretação de texto
e teatro, para jovens e adultos.
2009 - Participa da montagem teatral Cabaret Wilde,
como atriz, com poesias próprias inseridas
no espetáculo (Salomé), no Solar de Botafogo.
2010 - Criou e coordenou a Sala Fala Poeta, no Centro de Niterói,
onde aconteceu mensalmente o sarau pocket/clube de leitura
Coração Poético. Espaço que utilizado também para ministrar
as Oficinas de Criação e como estúdio fotográfico
2011 - Fixa Um Brinde à Poesia como evento mensal no
Museu de Arte Contemporânea de Niterói,
todo segundo sábado do mês, das 15 às 28 horas.
2012 - Lança CARMIM, o segundo livro na Sala Carlos Couto,
Teatro Municipal de Niterói,
em maio, pela Editora NitPress
2012 - Estreia com Um Brinde à Poesia, na Livraria do Café,
no Shopping da Gávea,
toda quarta
quarta-feira do mês, das 19 às 21:30
Exposição Fotográfica:
Flashes &Folhas – Novembro de 1997, Ateliê Art Center, São Francisco Niterói. Plaza Shopping e
Estação Livre Cantareira, Maio de 1998. Espaço Cultural La Folie, Botafogo, Agosto de 1999. Encontro pela Paz e Liberdade de Ser, Paraguai, novembro de 2000. Exposição multimídia, com projeção e performance poética, apresentando fotos de moradores de rua de várias cidades como Rio de Janeiro, Nova York, Niterói, Teresópolis, entre outros, contrastando belas paisagens naturais. Dia Mundial da Fotografia - Sociedade Fluminense de Fotografia – Coletiva, 2001. Um Olhar Sobre Niterói, fotos em homenagem aos 428 anos de Niterói. Sala José Cândido de Carvalho. Luzes do Som, SESC Niterói, maio de 2003. Fotos de shows de Moska, Biquíni Cavadão, Joana, Luciana Mello, Alceo Valença, Frejat, entre outros. Curando Desirré Monjardim, setembro de 2004, coletiva, Espaço Cultural MODA, Ingá, Niterói. COLETIVA – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, abril de 2006. Espírito das Ruas, fotos de Nova York, julho de 2006, Ateliê do Poeta, Itaipu, Niterói. Natal Feliz, coletiva, Barra Vento Center, Piratininga, dezembro de 2006/2007. Niterói Poética, Livraria EDUFF, Icaraí, Niterói, Novembro, de 2008. Um olhar sobre Niterói, FLUP – Casimiro de Abreu, maio de 2011.
Outra atividade da artista é desenvolver souvenir e brindes a partir das composições de foto e poesia.
Entre eles: camisetas, canecas, imãs, chaveiros, pôsteres, quadros, postais, entre outros. Participou da criação de souvenir para o catálogo Souvenir Rio Niterói, lançado pelo SEBRAE/SENAC, em 2008.
Vinicius de Moraes
Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim,
notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Nasceu no dia 17 de outubro, em Niterói/RJ, onde
reside.
Cedo despertou para as letras, fato que deve ao incentivo do pai, que sempre presenteou os filhos com livros. Atualmente, dedica-se às prosas, que é onde mais se identifica. Tem várias antologias publicadas, como diVersos - Scortecci, @teneu.poesi@, Scortecci, Com licença da palavra- Scortecci, O Conto Brasileiro hoje - Volumes VIII, Volume X e Volume XII-RG Editores. Tem extenso material divulgado em mídias diversas. Belvedere é divulgadora cultural e roteirista .Vinho Branco, safra especial de contos e crônicas , seu voo solo,foi lançado em 2010. Tem pubicações em países da América do Sul e na Europa - Portugal É colunista do Jornal Santa Rosa - Niterói
A Porta
A porta fechou.
Inesperadamente.
Ficou um cheiro de jasmim,
e a lembrança suave das palavras
sempre tecidas em ternuras.
No porta-retrato, aquela alegria serena.
Tudo permanece
como num quadro de memória.
_ Só ele não está mais aqui._
Quarta-feira
Caí de quatro
ao saber
que, de fato,
acabou
nosso romance,
que sempre esteve
fadado ao fracasso...
Meus olhos
não queriam enxergar.
Só viam lantejoulas,
vidrilhos , paetês
e o som era sempre
de carnaval.
Na verdade, sempre foram
cinzas de quarta-feira.
Voos
Um bem-te-vi nesta manhã
não cantou.
O sol se escondeu.
À noite, uma estrela parecia brilhar,
mas logo se esquivou.
Risos desapareceram.
Um silêncio imponente
ocupou o espaço onde antes
habitava um menino
que voou.
Tragam terços,
hai-cais, óleo ungido,
cantos de corais.
E Paz.
Rosas Pálidas
Retirei do buquê
a rosa pálida.
Nada queria
que me lembrasse
tristezas, nem
frustrações
em cadeia.
Refiz o buquê,
deixando
apenas os botões.
Decidi aguardar
o florescer.
Recolhimentos
por tempo
indeterminado
recolho
as alegrias
dou férias
aos meus sorrisos
e me entrego
aberta
às tristezas
de minhas perdas
_sangria inútil_
Suicídio
hoje senti vontade
de matar a outra
que existe em mim
ser uma cansa
imagine duas
penso seriamente
em matar a segunda
e ficar apenas
comigo
Portas Abertas
Portas abertas...
A bem da verdade,
nunca uso trancas.
Quantas vezes
me abaixo, catando
mil e tantos cacos.
Não me despedaço!
Apenas proíbo
que tons ocres
decorem meus dias.
Psiu!
Silêncio!
Há vozes que se retraem
com medo da vida...
Sofrências que isolam,
num arrastar de correntes,
lágrimas em ponto-de-cruz...
Coroas de espinho,
enfileiradas para a via crucis.
Por que sofro,
se nada tenho com isso?
SOMBRAS DE NATAL
Tâmaras, damascos e passas
sobre a mesa me trazem delicada
imagem de papai.
Tonalidade, textura e o arranjo cuidadoso
dão perfeição a um surpreendente
quadro de saudade
Fica
Peço que não vás.
Fica mais um pouquinho.
Como passarei os dias
sem ouvir teu riso e sem fitar
o verde- musgo de teus olhos?
Peço que não vás.
Há um chamado do mar, do sol,
das flores, [sobretudo das azaléias],
pedindo que fiques.
Por isso, não vás!
Diz-me que nada do que falam
é verdade,e que nunca houve
prenúncios de partidas...
Um Poema Simples
Amanhece. Debruçada
à janela, vejo o movimento
dos pescadores.
Há contagiante energia.
A monotonia, se passa,
não encontra onde estacionar.
Por alguns minutos,
sonho pertencer
a tão vibrante universo.
Integro-me, desatando os nós
que me prendiam
à opacidade dos meus dias.
Cristina Lebre
50 anos, jornalista formada pela UFF. Pós-graduada em Gêneros Textuais
e Interação pela UNIPLI, e formada em Inglês pela Esol –
Cambridge, em convênio com a Cultura Inglesa do Brasil.
Foi locutora da Rádio Fluminense FM – a “Maldita”,
no período de 1982 a 1985, durante o apogeu da rádio
comandada pelo jornalista Luiz Antonio Mello.
Escreve desde criança, textos, contos e, principalmente, poesia.
Lançou seu primeiro livro de poesias –" Olhos de Lince " – recentemente,
e já tem material para a edição de mais dois livros, um infantil
e um de contos e poesias. Trabalha como freelancer
de jornalismo e revisão de textos para assessorias e pessoas físicas.
"Cristina Lebre, carioca, migrou para Niterói nos anos 80,
quando fez Comunicação na UFF e formou-se em jornalismo."
Quem és,
Deus?
Deus,
é o vento
brando a Sua suave voz?
É a brisa,
que agita
nosso cabelos,
Seus
sussurros de amor a nós?
É o furacão Seu
carão?
E o mar,
Deus, é o Senhor em sua forma líquida?
E a areia
soltinha, delícia em nossos pés?
E as ondas
fraquinhas, carícias em Sua voz?
E as ondas
gigantes, Sua ira, Seu revés?
Deus,
É o céu sua
forma azul?
E as nuvens,
seus anjos inventando figuras?
E as
estrelas, do paraíso Seus pontos de luz?
E o sol?
Seu abraço
quente na gente?
Deus,
mostra na
grandeza das montanhas
no rugido
dos trovões
nos raios e
tempestades,
no que te
agradamos
no que te
provocamos
o tanto que
te magoamos.
Mostra às
criaturas
que você
mesmo fez
como devem
viver
o que devem
fazer
com Sua
criação,
para Te
alegrar
para te
satisfazer
para fazer
eterno
o Seu prazer
de nos ver.
Fala sobre
os montes
sob os
escombros dos terremotos;
diz pros
homens
o quanto
eles mesmos os cavaram
enquanto não
se amaram
enquanto não
Te temeram
enquanto
somente cobiçaram
e nem a
natureza preservaram.
Esclarece os
homens, Deus
fala do amor
sobre todas as coisas
fala através
de nós
que
escolhestes para dizer
diz e
convence os homens maus
que é o
errar quem traz para o viver
o sofrer.
Outra Vez O Amor
Vem, amor,
suave como beija-flor
na madrugada
pousar em
meu peito
que bate
excitado, sonhador.
Vem,
rasteiro com o som da noite
regar o
triste canteiro
de minhas
lembranças de dor.
Vem, aflito
novamente
com seus
sintomas da doença amor
sacudir
minhas pernas
tremular
meus olhos
provocar
meus desejos.
Bem-vinda,
faceira taquicardia
quanto tempo,
gostosa tremedeira
vem, do
jeito que quiser
anjo,
incógnito
pode vir
pode
levar-me de novo
ao seu
imenso mundo das incertezas.
Vem, nesse
molejo cadente
com seu
jeito moleque, desobediente
vem me fazer
atravessar as noites às saudades
mostrar-me
seus desencontros e vontades
trazer de
novo o pulsar arrítmico do meu coração
atordoar meu
cérebro perdido
inerte na
paixão.
Pode vir,
assim mesmo
com a
semente de suas dúvidas
ressuscitar
meus medos e receios
intimidar
minhas inseguranças
invocar sua
sensibilidade
tão natural,
tão leve
eterna
esperança.
Vem, feito
menina alegre
deitar a
cabeça em meu colo
suscitar em
mim suas perguntas sem respostas
despertar em
mim as mais quentes propostas
sussurrar
pra mim as mentiras que tanto gosta
vem ser
você.
vem com
você.
Pássaro Fugidio
Onde estão
suas asas,
para
pousarem em meu colo
como o
descanso do filhote?
Para se
abrirem leves no espaço
Como a
saudação dos justos?
para voarem
livres num céu límpido
mostrando as
direções
do meu
horizonte?
Guardou seus
sonhos
escondeu
seus anseios
trouxe-me
pesadelos.
Por que
fugiu com esse olhar triste?
para me
deixar solta
em longas
madrugadas
como a
ovelha perdida do pastor?
Para me
deixar presa à sua imagem
como fiel
devota?
Para me
nutrir de conflitos
expondo meus
medos e dúvidas?
Fincou
cercas ao meu redor,
plantou
sementes num solo distante
de onde,
mesmo assim,
colho a
mágoa e a angústia.
Agora cato
seus pedaços
na trilha
sórdida em que se transformou meu caminho
no barro
úmido onde me lambuzei,
escorreguei
cansada e,
a um companheiro pranto,
me
entreguei.
Cascata
Vem, poema
vem feito regra
e escorre na pedra
pra eu copiar.
Venham, palavras
certas, claras
venham correndo
pra no silêncio abafado
eu decifrar.
Vem, solidão
eu sou poeta
e quero de ti
consideração
pois preciso de ti
pra compor um refrão
sem interrupção.
Já tomei banho de lua
na praia deserta
e um amor de verão
me viu nua e liberta
da satisfação, da hipocrisia
minh'alma arredia.
Desçam da mente
ao papel, sem motivo aparente
mas desçam, porque sou poeta
e esta é a minha meta
contar o amor
minha mente é inquieta.
Quem faz poesia
não vive, sofre
não dorme, sonha
com a tela vazia
a encher-se de estrofes.
Quem faz poesia
percebe, procura e sente
abre chagas no peito
tem sangue de gente
que morre de amor
mas não cansa de amar.
Segue escrevendo
e sentindo tão fundo
a agonia do mar
que se afasta e se achega
e toca na areia
em ondas sozinhas
constantes, vizinhas.
Quem faz poesia
tem a alma vazia
pra vida comum
que cedo inicia;
mas cruza noites em claro,
a encher o caderno
dos versos mais raros.
Débora Moreno
Cresceu lendo os livros de Daniel Azulay. Hoje poeta,
declamadora e escritora. Está escrevendo o décimo nono
livro de poesias. Em 2010 lançou "Sapatos do tempo",
em 2011 lançou "Homem de areia" e a exposição de fotos
"Progresso fotografado" e no dia 02 de junho
de 2012 lançou "Arte da imaginação".
Debora Moreno de Souza, 38 anos de idade,
nasceu no dia 16 de janeiro de 1975.
Ex- catadora de materiais recicláveis
. Ex- faxineira e Ex- empregada doméstica.
Sempre gostou de ler. Aos 11 anos
de idade ganhou da mãe uma coleção
de livros do artista Daniel Azulay, sem ele saber é um
dos responsáveis no trabalho
artístico produzido por Débora.
Aos 14 anos de idade
começou a escrever redações no colégio, onde cursava a oitava série.
Já maior de idade começou a ler textos de Machado de Assis. Amo assistir a documentários. Aos 27 anos de idade foi despertando a vontade de declamar poemas.
Quando Escrevo Um Poema
Resumo ali um país. Em cada porão, vejo uma vila de casas. Em cada escola, vejo um estádio lotado; Não há perdedor, Todos são vencedores. Em cada árvore vejo uma feira, As frutas não são caras e todos podem comprar. Em cada banca de jornal, vejo uma infinita biblioteca onde as pessoas sempre lêem. Em cada sorriso vejo a felicidade durar bem mais. Em cada fatia de pão... vejo uma farta padaria onde o pão não custa caro. Em cada entrevista de emprego, Vejo o candidato já contratado... Todos têm o seu lugar. Em cada hospital vejo a dor durar cinco segundos, Após este tempo, a dor some. Em cada fim de verso Vejo o poeta acordar e observar em cada canto A falta de oportunidade para derramar o suor, Para que a carne, o arroz e o feijão seja cada vez mais consumido Independente de qualquer situação. Janeiro Janeiro, toda vez que o vejo, Lembro-me da milha, Que sempre é acrescentada à minha vida. E feliz é quem ainda pode, Com os próprios pés andar. Tem gente que não consegue, Nem em pé ficar. Uns desistem de caminhar Por terem medo de não Conseguir chegar. Mas todo janeiro eu vejo As conseqüências da ventania, Árvores derrubadas, Cidade inundada, Lembro-me da milha Que na minha vida é acrescentada. Sei que não posso desistir, Tenho um sonho, Um caminho a seguir. Na milha verde, Na milha madura, Na milha escura que sofre os preconceitos Onde o predicado vira sujeito, E até quem não se candidatou é eleito. Doze de Janeiro Os dias podem passar As horas correm e assim passam os dias O tempo pode mudar quando quiser As estações do ano podem chegar. Pode ventar forte e levar as folhas das árvores Que com certeza nascerão novamente. Posso sorrir na alegria E chorar quando eu estiver triste. Posso caminhar na rua E ver pessoas construindo castelos de areia Ou castelos de pedras. Posso resistir ao frio que a saudade traz E ao calor do seu amor. Posso fazer uma poesia Que descreve o amor que sinto, Posso sentir o seu abraço, sem lhe tocar. É só imaginar. Posso levar para a passarela A elegância e a beleza da favela. Sei que posso tudo isso e continuar dormindo E acordando neste amor hospedeiro Que respira palco e poesia nos braços da inspiração. E a partir deste momento Nasce mais um sentimento: Surge uma razão para o amor sempre valer. Vitrine de Setembro Vejo um rastro de saudade, Sinto um gosto de beijo quase roubado. Comemoro o primeiro poema. Preencho a estrofe ausente, Celebro por nós, Os versos culpados, lançados no espelho. Hora poema, Outrora desejo. Você me socorreu sabendo o destino dos versos de um amor que não conheceu. A Xepa O mercado fechou A alegria começou o latão já está do lado de fora A minha alegria começa agora. Vou garimpar! Tem legumes, frutas e verduras. Hoje lá em casa não vai faltar. É só escolher. Eu fico feliz quando vejo este latão E nesta noite tem até pão. Vou aproveitar! È uma forma de sobreviver E não deixar nada faltar. Eu finjo não perceber os olhares de transeuntes São olhares assustados, Penosos, preconceituosos e até penosos. Estes são os olhares de pessoas Que tem outro jeito de viver E quando me olham Parecem não entender. Eu continuo aqui junto ao meu latão. Faço a minha refeição, Eu olho para o céu, Vejo o quanto a lua é bonita, Vou para a minha casa feliz e levo a bolsa cheia de comida. Muitas pessoas sobrevivem deste garimpo. Todos nós somos seres humanos, Uma oportunidade esperamos, Estes alimentos garimpamos diante de olhares estranhos. Quem poderá dizer: Deste lixo eu nunca vou precisar comer. É triste ver um País tão bonito, com tantas belezas naturais, passar por descaso e carecer de inúmeras coisas, por descaso de um poder que se intitula público.
Pássaro Fugaz
Protagonizou marcas dentro de mim,
Um ator,
Faz o seu papel,
Fugaz,
Aventureiro,
Herói no labirinto da esperança,
Apenas um ator de promessas vãs,
De beijos enlaçados pela ilusão.
Apenas um ator,
Minha luz,
Meu amor.
Às vezes parecer morrer,
É quase esquecido,
Quase liberto.
Então percebo que apenas adormece.
De repente acorda... Renasce das cinzas,
Forte,
Livre para mais uma vez acorrentar-me em suas grades,
Desperta,
Voa livre,
Tento te ver,
Pergunto-me onde?
Onde estás agora?
Olho dentro de mim e vejo um guerreiro cansado de tanto lutar,
Chamando pelo meu nome,
Tento te tocar, mas você, simplesmente some.
Denizis Trindade
Editora, Produtora Audiovisual, Facilitadora de Biodanza,
Atriz e Poeta
É escritora carioca, professora e pedagoga.
Experimenta diversas propostas em textos literários,
desde poemas e haicais à prosa.
Edita e participa de sites e foruns literários.
Blogs:
Labirintos da Alma: http://labirintosdaalma.blogspot.com.br/
Outras Formas de Expressão:http://ianemello.blogspot.com.br/
Diálogos Poéticos:http://dialogospoeticosimello.blogspot.com.br/
Meus Vídeo-poemas:http://ianemellomeusvideopoemas.blogspot.com.br/
Contato: iane.mello@hotmail.com
Naufrágio Ousou amá-la como quem ama sem fronteiras despindo-se do medo de entregar-se Ousou amá-la como quem ama sem pressa içadas as velas em mares profundos navegou Ousou amá-la mais que tudo e além abandonando-se ao encanto de pertencer Ousou amá-la e por amá-la tanto olhos em pranto assistiu sua partida É... É prego sem estopa É pedra no caminho É mosca na sopa É pássaro no ninho É o fim da estrada É mulher parideira É caminho para o nada É a última e a primeira É vida sem sorte É caminho sem trégua É a busca da morte É escrita sem régua É o tudo no nada É o nada que resta É a boca fechada É o final da festa É o sim e o não É a língua afiada É o sonho na mão É a vida e mais nada A Tecelã Sobre o peito o infinito vago costurado em linhas finas de seda Tecelã aprendiz no ofício com vagar minhas mãos tecem, fio a fio, cautelosas, mas precisas Se o ponto erro não desencanto apenas o desfaço e novamente busco o passo, o compasso, o ritmo Tecendo, tecendo, tecendo ritmados movimentos nos pentes do tear para frente para trás para frente para trás A trama da vida nos fios a teia de ilusões nas mãos que se entrelaçam ponto a ponto Com afinco, com dedicação Construindo a trama como fiandeira, delicadamente, como se fosse a última como se fosse apenas a primeira. E Que Venha A Palavra Que a palavra adentre o verso em suaves movimentos sem requintes, nem propósitos pura e simplesmente escoe como a fina areia de uma ampulheta escorre sutilmente e sem pressa Que a palavra entre como o vento pelas frestas da janela entreaberta e se acomode sobre as mobílias formando uma fina camada de pó encontrando seu lugar e seu momento na casa da memória e do esquecimento Que a palavra nos tome de surpresa e se encaixe no quebra-cabeças revelando todos os sentidos ocultos todos os mistérios do não dito nesse silêncio que cobre distâncias nessa fera que habita o desconhecido Que a palavra brilhe em súbito reconhecimento como um eco sempre ouvido mas distante como tudo que começa sem aviso como o amor que de repente chega sem que sequer se perceba quando sem que se saiba onde estava guardado Onde Cabe A Minha Tristeza A minha tristeza cabe em sonhos desfeitos em intensos tremores em profundos dissabores na solidão compartilhada A minha tristeza cabe em procuras infindas em tardes insalubres em deslumbres febris nos perdidos ardis A minha tristeza cabe em pontes para o nada em estradas infindáveis em caminhos tortuosos no labiríntico viver A minha tristeza cabe em palavras suspensas em perdidos amores em insolúveis temores no vazio derradeiro A minha tristeza Só não cabe mais Em mim
Lena Moraes
É poeta, filósofa, arte-educadora e produtora de eventos e
reinventos, maruja nos mares da alma, aspirante à capitã, na vida,
observa e transcreve, existe o bastante para se emocionar,
se espantar, sentir angústias e encantamentos, ao fim: da sua dor faz espada, não de ferir, mas de abrir outros caminhos. É militante poética nos saraus
“Corujão da Poesia e da Música” (Leblon, Barra da Tijuca, Catete e Ipanema),
“POLEM” (Leme), “Pelada Poética do Leme” (Leme), “Evento Ensaios” da “Academia Marginal de Letras” (Ipanema, Tavares Bastos e Lapa), “Arte em Andamento”
(Catete, Lapa e Copacabana), “Sarau da Mariazinha”
(sarau infantil - Tavares Bastos e Cinelândia), “Cabaré da Poesia” (Catete), “OPA – Ocupação Poética do Alemão” (sarau infantil - Complexo do Alemão), “Ponte de Versos” (Copacabana),
“Um Brinde à Poesia” da “Livraria do Café” (Gávea), “Poesia de Primeira” do “Centro de Artes Maria Teresa Vieira” (Centro) – Rio de Janeiro/RJ, e na “Off FLIP” /
“Feira Literária Internacional de Paraty” - Paraty/RJ, de 2009
ao presente momento. É autora e produtora da “Oficina Literária
Musical PalavrAção”, tendo sido facilitadora na mesma em parceria com o músico, compositor, cantor e arte-educador Glad Azevedo, junto a
adolescentes em conflito com a lei do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Social e Educacional (INBRADESE) e da
Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (ACADIS),
no Projeto “Niñez sin rejas”, que visa a ressocialização de adolescentes
em conflito com a lei - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) –
Vitória/ES, em 2010. Foi organizadora e produtora do “Sarau Infantil
Arte e Alegria”, que em sua 2ª edição integrou a “III Semana da Poesia Rio” –
Catete – Rio de Janeiro/RJ, em 2010. Foi organizadora, produtora
e apresentadora do “Sarau Boca de Leão”, acontecido no lançamento
do livro “Boca de Leão”, de Leão Leibovich, o qual teve revisão e
prefácio feitos por ela, acontecido no “Rio Rock & Blues Club”/Lapa –
Rio de Janeiro/RJ, em 2010. Foi madrinha do sarau “Corujão da
Poesia e da Música” de São José do Rio Preto, realizado na
Casa de Cultura da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São José
do Rio Preto/SP, e do sarau “Corujão da Poesia e da Música” da
FNAC de Ribeirão Preto/SP, ocorridos em 2010 e 2011. Foi
organizadora e produtora da “Marchinha Arte e Alegria”,
ala infantil da “I Marcha Poesia, Paz e Amor”, acontecida na
“IV Semana da Poesia Rio”, para a qual confeccionou instrumentos
de percussão à base de materiais reciclados, caixas e latas –
Ipanema/Arpoador – Rio de Janeiro/RJ, em 2011.
Foi palestrante convidada na disciplina Estética do Curso de
Pedagogia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),
para abordar questões referentes ao lugar da Poesia e do Poeta no
mundo contemporâneo – Rio de Janeiro/RJ, em 2011.
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Apedrejem a mulher que navega na alma
Cortem-lhe os punhos Arranquem-lhe a língua Ceguem-na Façam-na enlouquecer A nomeiem de bruxa, feitora de feitiços De sereia, vampira Gata, serpente Amem-na, o amor mais ardente A queiram sete mil vezes Deixem seu sangue inundar a praça Exposta como caça A mulher que navega na alma Deverá ficar como troféu Ao meio da praça, morta Símbolo do fim da vida Do fim do que pulsa certezas e dúvidas Fim de tudo o que se possa sentir Símbolo do fim do amor à vida A mulher que navega na alma Foi morta por amar a vida.
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O meu amor há de me entrever inteira em minhas quinas
Há de me cuidar em minhas encruzilhadas E de me intervir com seus olhos de meu menino O meu amor há de se mostrar o mais puro E o mais capaz de me enlouquecer de pleno prazer O meu amor há de me ter sua menina E eu, sua quase mulher Beijarei seu corpo todo Na lenta nitidez de um querer Provável amor Febril Profano abençoado Um deus O meu amor há de me pôr pequena em seu colo Pra que eu caiba exata entre seus braços E desapareça do resto do mundo em seu abraço Será uma pintura Em movimentos de beleza em preto e branco Ritmados em riquíssimas rimas Seu corpo na cama O seu e o meu, em prana Seus olhos me chamam pra dança E eu vou Logo depois do silêncio do seu beijo.
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A Lua
Sorriso do gato de Alice
Nunca chora Sabe sorrir mais pra um lado Mais pro outro Sabe sumir Sabe encher até quase explodir Mas não chora Sabe, obediente, reluzir por desejos do Sol E vai ver que é de tanto amor que lhe tem o Sol Que a Lua não sabe chorar.
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Foi lançado no dia 11 de junho de 1999, pela fotojornalista, atriz e poeta Lucília Dowslley. O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de artistas consagrados na literatura e na música - letrista, proporcionar espaço para novos autores e compositores,estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau ou mesmo falaram num microfone em público e promover lançamento de livros ou cds, sem custo algum para o artista. umbrindeapoesia@gmail.com
Um Brinde à Poesia
domingo, 3 de março de 2013
Um Brinde à Poesia Nit. Especial "Mulher"
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